segunda-feira, 27 de abril de 2009

DOENÇAS ASSOCIADAS À DOENÇA CELÍACA

OSTEOPOROSE

Osteoporose é uma situação de enfraquecimento dos ossos, tornando-os mais frágeis. Isto facilita a ocorrência de fraturas conseqüentes a traumas muito pequenos, como uma queda da própria altura ou durante o exercício de atividades diárias, como suspender uma sacola de supermercado, arrumar a cama, abrir uma janela, etc. Isto ocorre por um desequilíbrio do metabolismo ósseo.

O osso é um órgão bastante dinâmico, responsável por uma serie de funções, de possibilitar a sustentação e movimentação do corpo e proteção de órgãos nobres, como cérebro, pulmão e coração. Ele é o grande reservatório de minerais com o cálcio, fósforo e magnésio, e a partir de sua medula são formadas as células sangüíneas. Portanto, o osso é um órgão bastante dinâmico, que está constantemente sendo renovado, através de um processo de reabsorção do tecido antigo e substituição por um recém-formado. Desta forma, para que ele permaneça saudável, é necessário que exista um equilíbrio entre estes dois processos: reabsorção e formação óssea. Nas situações em que a reabsorção se sobrepõe à formação, ocorre a perda óssea, que resulta na osteoporose, isto é, em uma situação onde o risco de fraturas está muito aumentado. Uma forma de medir este risco é através da densitometria óssea. Este exame mede a quantidade de tecido contendo cálcio, portanto nos dando uma idéia da quantidade de osso existente neste tecido. Quanto menor esta quantidade, maior o risco de uma fratura por fragilidade.

Ganhamos bastante massa óssea até o final da adolescência, entre 20 e 25 anos de idade, quando atingimos uma fase chamada de pico de massa óssea. É quando nosso esqueleto incorpora maior quantidade de cálcio, e fica mais resistente. Devemos tomar o cuidado para que, nesta fase, as condições ideais sejam oferecidas ao nosso organismo, para que ele possa incorporar a maior quantidade de cálcio possível. Sedentarismo, desnutrição ou doenças que acometam a pessoa nesta fase da vida podem prejudicar o pico de massa óssea.

A partir dos 25 a 30 anos, iniciamos, tanto homens como mulheres, uma perda gradual deste osso acumulado, perda esta que se acentua na mulher durante o climatério. Podemos imaginar, então, que uma série de situações que nos acometem ao longo da vida pode interferir na velocidade desta perda. O exercício físico, uma alimentação saudável e rica em cálcio e a ausência de fatores nocivos ao osso são capazes de reduzir a velocidade de perda dos nossos estoques, postergando a osteoporose. Por outro lado, situações como tabagismo, alcoolismo, alguns remédios como os corticóides, uma menopausa precoce ou a ocorrência de doenças mais sérias nesta fase da vida aceleram o processo de perda óssea, instalando a fragilidade óssea.

Com o aumento da expectativa de vida, a osteoporose e as fraturas - suas temidas conseqüências - tornaram-se um risco cada vez mais real e a sua prevenção deve ser uma preocupação presente durante todas as fases da vida.



Dra. Marise Lazaretti Castro

Doutora em Endocrinologia

Chefe do Ambulatório de Doenças Oste-metabolicas e Fragilidades ósseas

Disciplina de Endocrinologia da UNIFESP-EPM




OSTEOPOROSE E DOENÇA CELÍACA




Vários estudos demonstram a presença de diminuição da massa óssea nos indivíduos com doença celíaca não tratada. Esse fato pode ser observado nas crianças, adolescentes ou adultos, que no momento do diagnóstico da doença celíaca realizaram o exame de densitometria óssea.

Os indivíduos com doença celíaca podem apresentar osteoporose como um sinal isolado, isto é, a única manifestação clínica da doença é a osteoporose, ou podem apresentar a osteoporose associada com outros sintomas. Assim, por exemplo, essas pessoas apresentam diarréia crônica, e também a osteoporose.

Vale a pena mencionar que um indivíduo com massa óssea diminuída, na maioria das vezes, não apresenta sintoma relacionado a essa alteração óssea. Assim, a pessoa que tem massa óssea alterada não tem conhecimento disto, a não ser que realize o exame de densitometria óssea.

Por que as pessoas com doença celíaca sem tratamento têm osteoporose? A perda óssea está relacionada com a má absorção de cálcio que ocorre devido à atrofia da mucosa do intestino. Como a vilosidade intestinal está atrofiada não é possível absorver o cálcio presente nos alimentos. A não absorção do cálcio acarreta aumento de um hormônio denominado paratormônio que acelera a perda óssea. Outro fator relacionado à baixa densidade óssea no celíaco não tratado é a má absorção de vitamina D. Dentre os demais fatores que contribuem para a baixa densidade óssea no celíaco sem tratamento estão: baixo consumo de cálcio, baixa atividade física, e efeitos da liberação de citocinas, que são substâncias liberadas pelo intestino alterado.

Com relação ao consumo alimentar de cálcio, vale a pena conferir na Tabela 1 quais são os principais alimentos que são fontes de cálcio. No estudo que realizamos no ambulatório de Gastroenterologia Pediátrica da UNIFESP-EPM, observamos que a ingestão de cálcio dos celíacos é extremamente baixa. De acordo com as recomendações para uma dieta correta, considerando que 100% de cálcio correspondem à quantidade ideal de cálcio ingerido, verificamos que crianças e adolescentes com doença celíaca ingeriam apenas 15% das necessidades recomendadas de cálcio. Veja na Tabela 2 qual é a quantidade necessária diária de cálcio recomendada para a sua idade. Algumas dicas para aumentar o consumo de cálcio: café da manhã - iogurte ou leite batido com frutas, e queijo; almoço e jantar - colocar cubinhos de queijo na salada, adicionar leite nas sopas e fazer sobremesas com leite.

O que o celíaco deve fazer para que a massa óssea se normalize? O celíaco deve realizar a dieta sem glúten. Com isso a mucosa intestinal que estava atrofiada torna-se normal. Consequentemente, a mucosa intestinal normal é capaz de absorver adequadamente o cálcio presente na dieta e com isso o osso se recupera. É importante também adequar o consumo de cálcio e praticar atividade física.

É importante enfatizar que, quanto mais tardio o diagnóstico e tratamento de doença celíaca, maior o tempo de má absorção de cálcio e consequentemente maior a perda óssea. Deve-se lembrar que a mineralização óssea ocorre principalmente nos dois primeiros anos de vida e na adolescência. Por essa razão, a adequada mineralização óssea na infância e adolescência é considerada um fator relevante na prevenção da osteoporose na vida adulta.

Qual a conseqüência do indivíduo com doença celíaca apresentar baixa densidade mineral óssea? A conseqüência é que o osso enfraquecido tem risco elevado de apresentar fraturas. As complicações decorrentes das fraturas podem causar perda da qualidade de vida e, até mesmo risco da própria vida.

Dados coletados da FENACELBRA - Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil -

terça-feira, 21 de abril de 2009

A Doença Celíaca de hoje

Ainda pouco conhecida, seus sintomas podem se confundir com outros distúrbios. Trata-se da Doença Celíaca, ou seja : A Intolerância permanente ao glúten. A Doença Celíaca geralmente se manifesta na infância, entre o primeiro e terceiro ano de vida, podendo entretanto, surgir em qualquer idade, inclusive na adulta. O tratamento da doença consiste em uma dieta totalmente isenta de glúten. Os portadores da doença não podem ingerir alimentos como: pães, bolos, bolachas, macarrão, coxinhas, quibes, pizzas, cervejas, whisky, vodka,etc, quando estes alimentos possuírem o glúten em sua composição ou processo de fabricação. Devido a exclusão total de alguns alimentos ricos em carbohidratos e fibras, a dieta do Celíaco habitualmente é composta em sua maior parte de gorduras (margarina, manteigas, óleos, etc) e proteínas (carne em geral) e em menor parte de carbohidratos (massas sem glúten, açúcares, etc). Todo Celíaco que não transgride a doença, tende a ter um aumento do peso corporal, e desta forma deve ter uma dieta equilibrada. Para tanto, deve diminuir a ingestão de proteínas, moderar o consumo de gorduras e aumentar o consumo de frutas, sucos naturais, verduras e legumes, tornando sua alimentação mais adequada e saudável.

O que é o GLÚTEN ?

É a principal proteína presente no Trigo, Aveia, Centeio, Cevada, e no Malte (ssub-produto da cevada), cereais amplamente utilizados na composição de alimentos, medicamentos, bebidas industrializadas, assim como cosméticos e outros produtos não ingeríveis. Na verdade, o prejudicial e tóxico ao intestino do paciente intolerante ao glúten são "partes do glúten", que recebem nomes diferentes para cada cereal. Vejamos : No Trigo é a Gliadina, na Cevada é a Hordeína, na Aveia é a Avenina e no Centeio é a Secalina. O Malte, muito questionado, é um produto da fermentação da cevada, portanto apresenta também uma fração de glúten. Os produtos que contenham malte, xarope de malte ou extrato de malte não devem ser consumidos pelos Celíacos. O glúten não desaparece quando os alimentos são assados ou cozidos, e por isto uma dieta deve ser seguida à risca. O Glúten agride e danifica as vilosidades do intestino delgado e prejudica a absorção dos alimentos.

Veja a mucosa do intestino delgado com as vilosidades atrofiadas:

Compare com a mucosa do intestino delgado com as vilosidades normais:

Quais os sintomas mais comuns ?

O quadro clínico da doença se manifesta com e sem sintomas. No primeiro caso, há duas formas:

A CLÁSSICA

É freqüente na faixa pediátrica, surgindo entre o primeiro e terceiro ano de vida, ao introduzirmos alimentação à base de papinha de pão, sopinhas de macarrão e bolachas, entre outros industrializados com cereais proibidos. Caracteriza-se pela diarréia crônica, desnutrição com déficit do crescimento, anemia ferropriva não curável, emagrecimento e falta de apetite, distensão abdominal (barriga inchada), vômitos, dor abdominal, osteoporose, esterilidade, abortos de repetição, glúteos atrofiados, pernas e braços finos, apatia, desnutrição aguda que podem levar o paciente à morte na falta de diagnóstico e tratamento.


NÃO CLÁSSICA

Apresenta manifestações monossintomáticas, e as alterações gastrintestinais não chamam tanto a atenção. Pode ser por exemplo, anemia resistente a ferroterapia, irritabilidade, fadiga, baixo ganho de peso e estatura, prisão de ventre, constipação intestinal crônica, manchas e alteração do esmalte dental, esterilidade e osteoporose antes da menopausa.

ASSINTOMÁTICA

E se não houver sintomas? Há ainda, a doença na forma assintomática. São realizados nestes casos, exames (marcadores sorológicos) em familiares de primeiro grau do celíaco, que têm mais chances de apresentar a doença (10%). Se não tratada a doença, podem surgir complicações como o câncer do intestino, anemia, osteoporose, abortos de repetição e esterilidade.

Esses dados foram coletados da Associação dos Celíacos do Brasil - ACELBRA -

domingo, 19 de abril de 2009

Detectando um problema de saúde

Esse é o Leonardo, no dia em que completou 5 anos. Mais um Presente de Deus nas nossas vidas!

Durante um tempo, eu e minha família sofremos, por conta de um problema de saúde com meu filho caçula. O Leonardo nasceu pesando quase 4 Kg e medindo 50 cm, uma criança saudável, foi amamentado com leite materno exclusivamente até os 6 meses e prosseguiu sendo amamentado até 2 anos. A partir dos 6º mês, comecei a introduzir na dieta dele, sucos naturais e alimentos sólidos. Ampliei o cardápio, introduzindo macarrão na sopinha, pão e bolachinhas. Foi então que percebi que ao invés de ganhar, meu filho estava perdendo peso. Lentamente, mas estava. Passamos alguns meses visitando os plantões de hospitais por causa da baixa imunidade e desnutrição causadas por constantes diarreias e vômitos. Os sintomas pareciam ser de uma simples virose, se não fosse a perda de peso. O  pediatra do Léo, que também faz o "papel de psicólogo dos pais"rsrsrs..., vendo nosso desespero, investigou o caso, procurou e nos encaminhou a um especialista, que iniciou se tratamento descartando diversos tipos de alergias, até que solicitou uma biópsia... e finalmente o resultado: grande irritabilidade nas paredes do intestino indicando Doença Celíaca. Em meados de 2005, ainda não havia um exame com precisão diagnóstica, era necessária a restrição alimentar para que o diagnóstico ficasse claro. Então a partir desse momento começa uma nova etapa na vida da família. Adequamos toda alimentação do Léo, excluindo alguns tipos de alimentos e em especial o glúten. Pra mim essa foi a pior fase, porque tivemos que restringir o convívio social dele assim como o nosso também. Foi necessário porque ele tinha que se recuperar e voltar a ganhar peso, nessa época os produtos sem glúten eram escassos, os poucos que haviam no mercado tinham preços exorbitantes. Nossa guerra diária era contra as ofertas inocentes:  "quer uma balinha?" "dá uma bolachinha pra ele... está olhando... com vontade" "Trakinas o biscoito que é a sua cara" ...essa era ordinária...rsrsrs.. Mas entre tantas ofertas "inocentes" a que mais esfacelava meu coração era "esse é o meu convite de aniversário... quero muito que o Léo vá."Acabamos indo em algumas festas, mas a percebíamos que a preocupação dele estava no bolo, nos salgadinhos e docinhos. Uma vez, fomos convidados para uma festa infantil em uma fazendinha, havia muito o que fazer longe do buffet, mas a todo o momento ele perguntava "mamãe, onde fica o bolo dessa festa? É uma festa só de brincar?"😭😭 Esse é sofrimento de mãe com filhos celíacos e com múltiplas intolerâncias!   Saiba mais sobre estes problemas, nos próximos posts.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Criança dos 8 anos à pré-adolescência



Por volta dos sete ou oito anos de idade, as crianças passam a racionalizar seus pensamentos e suas crenças, procurando as razões, os porquês por trás de um problema ou de um fato. Assim, as próprias crianças passam a analisar os padrões de comportamento ensinados pela família e sociedade. Além disso, a partir dos seis anos de idade, as crianças passam a se comparar com outras crianças da mesma faixa etária. Estes dois fatos, aliados ao crescimento da vida social da criança, diminuem a importância dos pais e da família como modelos de comportamento da criança, e aumentam a importância dos amigos e dos professores.

A faixa etária que vai desde o oitavo até o décimo terceiro ano de vida é época de intensas mudanças físicas e psicológicas: é a chamada pré-adolescência. Nesse período da vida as crianças passam a ter mais responsabilidades (deveres), ao mesmo tempo em que passam a querer e exigir mais respeito de outras pessoas - particularmente dos adultos. A criança nesta faixa etária passa a compreender mais a sociedade, ordens sociais e grupos, o que torna esta faixa etária uma área instável de desenvolvimento psicológico.

A participação num grupo de amigos que possuem gostos em comum passa a ser de maior importância para a criança, onde o modelo dado pelos amigos começa a obscurecer o modelo dado pelos pais. Começam as preocupações como a expectativa de ser aceito por um grupo, ou certas diferenças em relação a outras crianças da mesma faixa etária se agravam aqui, e são um aspecto de maior importância na adolescência.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Crianças aos 5 anos



Aos cincos anos as crianças são altamente ativas em geral, constantemente explorando o mundo à sua volta, passam também a aprender que na sociedade existem coisas que eles podem ou não fazer.

Nesta faixa etária, já compreende melhor o mundo à sua volta - tornando-se gradualmente menos egocêntrica - e melhor compreendendo que suas ações podem afetar as pessoas à sua volta. Também passam a compreender que outras pessoas também possuem seus próprios sentimentos. Assim sendo,gradualmente aprendem sobre a existência de padrões de comportamentos - ações que podem ou devem ser feitas, e ações que não devem ser feitas. Os pais da criança - os principais modelos da criança, nesta faixa etária - geralmente determinam se uma ação da criança foi boa ou má, muitas vezes será recompensanda pelas suas boas ações e castigado pelas suas más ações.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

As regras tem que ser ensinadas desde cedo


As crianças observam e imitam tudo o que os adultos ou irmãos mais velhos fazem. A forma de imprimir sentimentos,de comer e de falar. Crianças de dois ou três anos já podem aprender a dizer obrigado,com licença. As crianças de quatro anos,já podem se desculpar quando fazem algo errado ou agradecer quando recebem presentes. Aprender exige tempo. Portanto elogie os progresso e acertos da criança.É importante a convivência da criança com outras crianças,não só com adultos.

Na maioria das sociedades, as crianças já aprenderam regras e padrões de comportamento básicos da sociedade por volta do quinto ano de vida. Elas aprendem então a discernir se uma dada ação é certa ou errada. A vida social da criança passa a ser cada vez mais importante, e é comum nesta faixa etária o que se chama de o(a) melhor amigo(a).

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Como falar de Ciências para Crianças?

ESTE TEXTO É CONTRIBUIÇÃO DO MEU PRIMO LUIZ RICARDO, BIÓLOGO, CARIOCA, INTERNACIONALMENTE CONHECIDO E "MEGA COMPETENTE". VALEU, PRIMO!!!


Qual adulto nunca ouviu de uma criança perguntas do tipo: Por que o céu é azul? De onde vem os bebês? Por que isso é assim? Então ... Essas e outras perguntas sempre chegam na hora que não estamos preparados e é importante que passemos a informação correta de modo que os pequenos entendam. As ciências em geral sempre despertam curiosidade e isso é o que faz a ciência sobreviver. Crianças são naturalmente curiosas e ensinar ciências fazendo ligações com fatos simples do cotidiano é uma boa alternativa de aprendizagem.
Na escola é importantíssimo que se façam aulas práticas, tanto em ciências quanto em outras matérias pois não há nada melhor do que praticar e aplicar o que se aprende. Crianças podem levar essas aulas na brincadeira, mas inconscientemente estarão absorvendo o conteúdo mais rapidamente.
Segundo Vigotski e o Desenvolvimento Proximal, crianças aprendem muito rápido quando se é empregado o método educacional devido por um tutor mais velho e é nisso que entra a importância dos pais e professores na hora de passar uma informação que, se for errônea, fica gravada por muito tempo na criança. Adultos devem estar sempre bem preparados para as perguntas curiosas das crianças, e, sendo assim, devem ler bastante.
Portanto, do mesmo jeito que crianças aprendem rápido e não esquecem o que é interessante , podem não dar a mínima se qualquer assunto for passado de qualquer maneira por qualquer pessoa. (13/04/09)

Luiz Ricardo Berbert - Biologist ( CRBIO 38305/02 ) - Msc. Student
Laboratory on Thymus Research - Oswaldo Cruz Institute
FIOCRUZ - RJ Phone: 55 21 38658149 / 55 21 96746174

O Leão da tribo de Judá venceu...


A graça transforma fichas em moedas de ouro, pedregulhos em pérolas, fraqueza em força e misericórdia em abundância. (Thomas Books)

quinta-feira, 9 de abril de 2009

A Páscoa - histórica e cristã

APROVEITEM OS TEXTOS... É UMA PESQUISA QUASE COMPLETA SOBRE A PÁSCOA
A Páscoa - historica e cristã

OstaraMuito antes de ser considerada a festa da ressurreição de Cristo, a Páscoa anunciava o fim do inverno e a chegada da primavera.
A Páscoa sempre representou a passagem de um tempo de trevas para outro de luzes, isto muito antes de ser considerada uma das principais festas da cristandade. A palavra "páscoa" – do hebreu "peschad", em grego "paskha" e latim "pache" – significa "passagem", uma transição anunciada pelo equinócio de primavera (ou vernal), que no hemisfério norte ocorre a 20 ou 21 de março e, no sul, em 22 ou 23 de setembro.
De fato, para entender o significado da Páscoa cristã, é necessário voltar para a Idade Média e lembrar dos antigos povos pagãos europeus que, nesta época do ano, homenageavam Ostera, ou Esther – em inglês, Easter quer dizer Páscoa.
Ostera (ou Ostara) é a Deusa da Primavera, que segura um ovo em sua mão e observa um coelho, símbolo da fertilidade, pulando alegremente em redor de seus pés nus. A deusa e o ovo que carrega são símbolos da chegada de uma nova vida. Ostara equivale, na mitologia grega, a Persephone. Na mitologia romana, é Ceres.
Os pássaros estão cantando, as árvores estão brotando. Surge o delicado amarelo do Sol e o encantador verde das matas.
A celebração de Ostara, comemora a fertilidade, um tradicional e antigo festival pagão que celebra o evento sazonal equivalente ao Equinócio da primavera.
Algumas das tradições e rituais que envolve Ostara, inclui fogos de artifícios, ovos, flores e coelho.
Ostara representa o renascimento da terra, muitos de seus rituais e símbolos estão relacionados à fertilidade. Ela é o equilíbrio quando a fertilidade chega depois do inverno. É o período que a luz do dia e da noite têm a mesma duração. Ostara é o espelho da beleza da natureza, a renovação do espírito e da mente. Seu rosto muda a cada toque suave do vento. Gosta de observar os animais recém-nascidos saindo detrás das árvores distantes, deixando seu espírito se renovar.
Ostara foi cristianizada como a maior parte dos antigos deuses pagãos.
Os símbolos tradicionais da Páscoa vêm de Ostara. Os ovos, símbolo da fertilidade, eram pintados com símbolos mágicos ou de ouro, eram enterrados ou lançados ao fogo como oferta aos deuses. É o Ovo Cósmico da vida, a fertilidade da Mãe Terra.
Ostara gosta de verde e amarelo, cores da natureza e do sol.
O Domingo de Páscoa é determinado pelo antigo sistema de calendário lunar, que coloca o feriado no primeiro Domingo após a primeira lua cheia ou seguindo o equinócio.
A Páscoa foi nomeada pelo deus Saxão da fertilidade Eostre, que acompanha o festival de Ostara como um coelho, por esta razão, o símbolo do coelho de páscoa na tradição cristã. O coelho é também um símbolo de fertilidade e da fortuna.
A Páscoa foi adaptada e renomeada pelos cristãos, do feriado pagão Festival de Ostara, da maneira que melhor lhe convinha na época assim como a tradição dos símbolos do Ovo e do Coelho.
A data cristã foi fixada durante o Concílio de Nicéa, em 325 d.C., como sendo "o primeiro Domingo após a primeira Lua Cheia que ocorre após ou no equinócio da primavera boreal, adotado como sendo 21 de março.
A festa da Páscoa passou a ser uma festa cristã após a última ceia de Jesus com os apóstolos, na Quinta-feira santa. Os fiéis cristãos celebram a ressurreição de Cristo e sua elevação ao céu. As imagens deste momento são a morte de Jesus na cruz e a sua aparição. A celebração sempre começa na Quarta-feira de cinzas e termina no Domingo de Páscoa: é a chamada semana santa.

O significado da Páscoa
A Páscoa é uma festa cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. Depois de morrer na cruz, seu corpo foi colocado em um sepulcro, onde ali permaneceu, até sua ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados. É o dia santo mais importante da religião cristã, quando as pessoas vão às igrejas e participam de cerimônias religiosas.
Muitos costumes ligados ao período pascal originam-se dos festivais pagãos da primavera. Outros vêm da celebração do Pessach, ou Passover, a Páscoa judaica. É uma das mais importantes festas do calendário judaico, que é celebrada por 8 dias e comemora o êxodo dos israelitas do Egito durante o reinado do faraó Ramsés II, da escravidão para a liberdade. Um ritual de passagem, assim como a "passagem" de Cristo, da morte para a vida.
No português, como em muitas outras línguas, a palavra Páscoa origina-se do hebraico Pessach. Os espanhóis chamam a festa de Pascua, os italianos de Pasqua e os franceses de Pâques.
Nossos amigos de Kidlink nos contaram como se escreve "Feliz Páscoa" em diferentes idiomas.

O verdadeiro sentido da Páscoa
Por José Luiz C. Duarte
A festa da Páscoa
Para entendermos a Páscoa cristã, vamos, sinteticamente, buscar sua origem na festa judaica de mesmo nome. O ritual da Páscoa judaica é apresentado no livro do Êxodo (Ex 12.1-28). Por essa festa, a mais importante do calendário judaico, o povo celebra o fato histórico de sua libertação da escravidão do Egito acontecido há 3.275 anos, cujo protagonista principal desse evento foi Moisés no comando de seu povo pelo mar vermelho e deserto do Sinai.
O evento ÊXODO/SINAI compreende a libertação do Egito, a caminhada pelo deserto e a aliança no monte Sinai (sintetizado nos dez mandamentos dado a Moisés). De evento histórico se torna evento de fé. A passagem do mar vermelho foi lembrada como Páscoa e ficou como um marco na história do povo hebreu. Nos anos seguintes ela sempre foi comemorada com um rito todo particular.
Todo ano, na noite de lua cheia de primavera, os hebreus celebravam a Páscoa, com o sacrifício de cordeiro e o uso dos pães ázimos (sem fermentos), conforme a ordem recebida por Moisés (Ex 12.21.26-27; Dt 12.42). Era uma vigília para lembrar a saída do Egito (forma pela qual tal fato era passado de geração em geração – Ex 12.42; 13.2-8).
Essa celebração ganhou também dimensão futura com o passar do tempo. E quando novamente dominados por estrangeiros, celebravam a Páscoa lembrando o passado, mas pensando no futuro, com esperança de uma nova libertação, última e definitiva, quando toda escravidão seria vencida, e haveria o começo de um mundo novo há muito tempo prometido.
A celebração da Páscoa reunia três realidades distintas:
uma realidade do passado: o acontecimento histórico da libertação do Egito quando Israel tornou-se o povo de Deus;
uma realidade do presente: a memória ritual (=celebração) do fato passado levava o israelita a ter consciência de ser um ‘libertado’ de Javé (=Deus), não somente os antepassados, mas o sujeito de hoje (Dt 5.4);
uma realidade futura: a libertação do Egito era símbolo de uma futura e definitiva libertação do povo de toda a escravidão. Libertação esta que seria a nova Páscoa, marcando o fim de uma situação de pecado e o começo de uma nova era.

Jesus oferecendo seu corpo e sangue assume o duplo sentido da páscoa judaica: sentido de libertação e de aliança. E ao celebrar a Páscoa (Mt 26,1-2.17-20), Ele institui a NOVA PÁSCOA, a Páscoa da libertação total do mal, do pecado e da morte numa aliança de amor de Deus com a humanidade.
A nova Páscoa não era uma libertação política do poder dos romanos, como os judeus esperavam. Poucos entenderam que o Reino de Deus transcende o aspecto político, histórico e geográfico.
Hoje, ao celebrarmos a Páscoa, não o fazemos com sacrifício do cordeiro e alimentando-nos com pães sem fermento, pois Cristo se deu em sacrifício uma vez por todas (Jo 1.29; 1Cor 5.7; Ef 5.2; Hb 5.9), como cordeiro pascal, como prova e para nos libertar de tudo aquilo que nos oprime.
Os símbolos da Páscoa
Nas últimas cinco décadas a humanidade se transformou. O capitalismo tomou conta do mundo e transformou tudo (ou quase tudo) em fonte de capital, de lucro, de consumo. Assim as festas - grande parte de caráter religioso - se tornaram ocasião de um consumo maior. Entre elas temos o Natal, Páscoa, dia das mães, dia dos pais e até o dia das crianças.
Com a profanização, esses eventos perderam seus sentidos originais, humanos, familiares e religiosos. E hoje a riqueza simbólica das celebrações muitas vezes não passa de coisas engraçadas, incomuns e sem sentido. Por isso, o propósito deste artigo é tentar resgatar um pouco o sentido das coisas, das festas e celebrações e, simultaneamente, refletir sobre o sentido da vida humana.
Não pretendemos estudar profundamente todos os símbolos da Páscoa cristã, mas mostrar o sentido cristão de alguns deles.
Os ovos de páscoaNa antigüidade os egípcios e persas costumavam tingir ovos com cores da primavera e presentear os amigos. Para os povos antigos o ovo simbolizava o nascimento. Por isso, os persas acreditavam que a Terra nascera de um ovo gigante.
Os cristãos primitivos do oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando a ressurreição, o nascimento para uma nova vida. Nos países da Europa costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos e doá-los aos amigos. Em outros, como na Alemanha, o costume era presentear as crianças. Na Armênia decoravam ovos ocos com figuras de Jesus, Nossa Senhora e outras figuras religiosas.
Os ovos não eram comestíveis, como se conhece hoje. Era mais um presente original simbolizando a ressurreição como início de uma vida nova. A própria natureza, nestes países, renascia florida e verdejante após um rigoroso inverno.
Em alguns lugares as crianças montam seus próprios ninhos e acreditam que o coelhinho da Páscoa coloca seus ovinhos. Em outros, as crianças procuram os ovinhos escondidos pela casa, como acontece nos Estados Unidos.
Antigamente, me lembro, há mais de 20 anos, o costume era enfeitar e pintar ovos de galinha, sem gema e clara, e recheá-los com amendoim revestido com açúcar e chocolate. Os ovos de Páscoa, como conhecemos hoje (de chocolate), era produto caro e pouco abundante.
De qualquer forma o ovo em si simboliza a vida imanente, oculta, misteriosa que está por desabrochar.
A Páscoa é a festa magna da cristandade e por ela celebramos a ressurreição de Jesus, sua vitória, sua morte e a desesperança (Rm 6.9). É a festa da nova vida, a vida em Cristo ressuscitado. Por Cristo somos participantes dessa nova vida (Rm 6.5).
O chocolateEssa história tem seu início com as civilizações dos Maias e Astecas, que consideravam o chocolate como algo sagrado, tal qual o ouro. Os astecas usavam-no como moeda.
Na Europa aparece a partir do século XVI, tornando-se popular rapidamente. Era uma mistura de sementes de cacau torradas e trituradas, depois juntada com água, mel e farinha. O chocolate, na história, foi consumido como bebida. Era considerado como alimento afrodisíaco e dava vigor. Por isso, era reservado, em muitos lugares, aos governantes e soldados. Os bombons e ovos, como conhecemos, surgem no século XX.
Os coelhosA tradição do coelho da Páscoa foi trazida para as Américas pelos imigrantes alemães em meados do século 18. O coelho visitava as crianças e escondiam os ovinhos para que elas os procurassem.
No antigo Egito o coelho simbolizava o nascimento, a vida. Em outros pontos da terra era símbolo da fertilidade, pelo grande número de filhotes que nasciam.
Eles também têm a ver com a vida, mas à abundância da vida, inesgotável, de se multiplicar sem se esgotar. Qual a relação disso com os coelhos?
Cristo, para o cristianismo, é essa Vida Nova, inesgotável e abundante.
A liturgia do Sábado Santo e do Domingo da Páscoa está repleta de símbolos. Vejamos alguns deles:
O fogoNo Sábado Santo a celebração é iniciada com a bênção do fogo, chamado de "fogo novo". Os agricultores, desprovidos de tecnologia e de conhecimento, utilizam o fogo, uma técnica milenar e primitiva, para limpar o terreno que será destinado ao plantio. Nesse caso o fogo limpa aquele espaço do mato das ervas daninhas e de tudo aquilo que prejudica ou é obstáculo para o plantio. Em grandes incêndios florestais o fogo aparece como uma força destruidora e às vezes incontrolável e invencível, como aconteceu recentemente nos Estados Unidos e Grécia.
Na liturgia, Cristo é esse fogo que veio limpar o mundo do pecado, da desesperança, do ódio pregando e instaurando o Reino de Deus (Mt 3.11; Mt 13.40; Lc 12.49; Hb 12.29).
A Sua ressurreição mostra que Ele destruiu até a morte, o grande medo humano. O pecado foi vencido pela graça de sermos filhos de Deus, templos de Deus (Gl 4.7; Rm 8.14). O ser "imagem e semelhança de Deus" descrito na criação, conforme o livro do Gênesis (Gn 1.26), foi restaurado por Ele. A esperança por um mundo novo, justo e solidário foi reacendida.
A ÁguaEm nossa vida diária, utilizamos esse bem precioso para matar nossa sede, para limpar de nosso corpo a sujeira e suor, para fazermos comida e para limpeza doméstica. A água é também alimento principal das plantas e meio de vida dos animais aquáticos. Ela também pode ser sinônimo de destruição, como acontece nas grandes enchentes.
Para o cristianismo: Cristo é a verdadeira Água (Jo 4,9-15); a Água da vida que livra para sempre o homem do egoísmo e da maldade, desde que ele queira beber dessa Água; a morte e ressurreição de Jesus destruiu para sempre a incerteza do futuro e própria morte trazendo à humanidade o verdadeiro sentido da vida.
O batismo é a resposta do ser humano à proposta de Deus. Por isso após a bênção da água se realiza a renovação das promessas batismais (Rm 6.1-11).
A aspersão do povo com água benta simboliza a nossa disposição em nos limpar de tudo aquilo que fere e prejudica o outro.
O CordeiroO cordeiro é o símbolo mais antigo da Páscoa. No Antigo Testamento, a Páscoa era celebrada com os pães ázimos (sem fermento) e com o sacrifício de um cordeiro como recordação do grande feito de Deus em prol de seu povo: a libertação da escravidão do Egito. Assim o povo de Israel celebrava a libertação e a aliança de Deus com seu povo.
No Novo Testamento, Cristo é o Cordeiro de Deus sacrificado uma vez por todas em prol da salvação de toda a humanidade. É a nova Aliança de Deus realizada por Seu Filho, agora não só com um povo, mas com todos os povos.
Óleos SantosNa antigüidade os lutadores e guerreiros se untavam com óleos, pois acreditavam que essas substâncias lhes davam forças. Para nós cristãos, os óleos simbolizam o Espírito Santo, aquele que nos dá força e energia para vivermos o evangelho de Jesus Cristo.
Pão e vinhoO pão e o vinho, sobretudo na antiguidade, foram a comida e bebida mais comum para muitos povos. Cristo ao instituir a eucaristia se serviu dos alimentos mais comuns para simbolizar sua presença constante entre e nas pessoas de boa vontade. Assim, o pão e o vinho simbolizam essa aliança eterna do Criador com a sua criatura e sua presença no meio de nós.
O porquê da Páscoa não ser no mesmo dia todo ano
A origem é a Páscoa dos judeus, comemorada sempre no domingo da primeira lua cheia da primavera (outono para nós do hemisfério sul). Isso ocorre entre 22 de março e 24 de abril.
ConclusãoPara nós, os cristãos, o centro de nossa fé será sempre Cristo que morreu e ressuscitou para nos mostrar que o Reino de Deus pregado por Ele está presente e vivo entre nós. A utopia de um mundo irmão, de paz e solidariedade é possível e é esse Reino. A vida, a morte e a ressurreição de Jesus são a concretização dessa utopia (Lc 17.21; Lc 21.28-33).
A partir desses pressupostos todos os símbolos são fáceis de serem entendidos.