Sempre fui apaixonada pelo Sítio do Picapau Amarelo, quando posso, assisto episódios (versão 1978) ou leio algo sobre o Sítio... por esses dias, encontrei na internet uma biografia sobre Monteiro Lobato, com detalhes que eu ainda não conhecia, então, também achei legal publicá-la neste blog: Em 18 de abril de1882, em Taubaté, estado de são Paulo, nasce o filho de José Bento Marcondes Lobato e Olímpia Augusto Lobato. Recebe o nome de José Renato Monteiro Lobato, que por decisão própria modifica mais tarde para José Bento Monteiro Lobato, desejando usar uma bengala do pai gravada com as iniciais J.B.M.L.
Juca – assim era chamado – brincava com suas irmãs menores Ester e Judite.
Naquele tempo não havia tantos brinquedos: eram tocos, feitos de sabugo de milho, chuchu, mamão verde etc.
Adorava os livros de seu avô materno, o Visconde de Tremembé.
Sua mãe o alfabetizou, teve depois um professor particular e aos 7 anos entrou num colégio.
Leu tudo o que havia para crianças em língua portuguesa. Em dezembro de 1896, presta exames em São Paulo das matérias estudadas em Taubaté.
Aos 15 anos perde seu pai, vítima de congestão pulmonar, e aos 16 anos, sua mãe.
No colégio funda vários jornais, escrevendo sob pseudônimo.
Aos 18 anos entra para a Faculdade de Direito por imposição do avô, pois preferia a Escola de Belas-Artes.
É anticonvencional por excelência, diz sempre o que pensa, agrade ou não. Defende a sua verdade com unhas e dentes, contra tudo e todos, quaisquer que sejam as conseqüências.
Em 1904, diploma-se Bacharel em Direito; em maio de 1 907 é nomeado promotor em Areias, casando-se no ano seguinte com Maria Pureza da Natividade (Purezinha), com quem teve os filhos Edgar, Guilherme, Marta e Rute.
Vive no interior, nas cidades pequenas, sempre escrevendo para jornais e revistas (Tribuna de Santos, Gazeta de Notícias, do Rio, e Fon-fon), para onde também manda caricaturas e desenhos.
Em 1 911 morre seu avô, o Visconde de Tremembé e dele herda a fazenda de Buquira, passando de promotor a fazendeiro.
A geada, as dificuldades, levam-no a vender a fazenda em 1917 e a transferir-se para São Paulo.
Mas na fazenda escreveu o Jeca Tatu, símbolo nacional.
Compra a revista do Brasil e começa a editar seus livros para adultos. Urupês inicia a fila em 1918.
Surge a primeira editora nacional, Monteiro Lobato & Cia., que se liquidou transformando-se depois em Companhia Editora Nacional sem sua participação.
Antes de Lobato, os livros eram impressos em Portugal; com ele inicia-se o movimento editorial brasileiro.
Em 1931, volta dos Estados Unidos da América do Norte, pregando a redenção do Brasil pela exploração do ferro e do petróleo.
Começa a luta que o deixará pobre, doente e desgostoso. Havia interesse oficial em dizer que no Brasil não havia Petróleo. Foi perseguido, preso e criticado porque teimava em dizer que no Brasil havia Petróleo e que era preciso explorá-lo para dar ao seu povo um padrão de vida à altura de suas necessidades.
Já em 1921 dedicou-se à literatura infantil. Retorna a ela, desgostoso dos adultos que o perseguiram injustamente.
Em 1943 funda a Editora Brasiliense para publicar suas obras completas, reformulando inclusive diversos livros infantis. Com Narizinho Arrebitado lança o Sítio do Picapau Amarelo e seus célebres personagens. Através de Emília diz tudo o que pensa; na figura do Visconde de Sabugosa critica o sábio que só acredita nos livros já escritos. Dona Benta é o personagem adulto que aceita a imaginação criadora das crianças. Admitindo as novidades que vão modificando o mundo. Tia Anastácia é o adulto sem cultura que vê, no que é desconhecido, o mal, o pecado. Narizinho e Pedrinho são crianças de ontem, hoje e amanhã, abertas a tudo, querendo ser felizes, confrontando suas experiências com o que os mais velhos dizem, mas sempre acreditando no futuro.
E assim o pó de Pirlimpimpim continuará a transportar crianças do mundo inteiro ao Sítio do Picapau Amarelo, onde não há horizontes limitados por muros de concreto e por idéias tacanhas.
Em 4 de julho de 1948 perde-se esse grande homem, vítima de colapso, na capital de São Paulo.
Mas o que tinha de essencial, seu espírito jovem, sua coragem, está vivo no coração de cada criança. Viverá sempre, enquanto estiver presente a palavra inconfundível de “Emília”.
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